Muitas pessoas perguntam se vale a pena ser honesto num mundo onde a desonestidade parece ter ganho valor e vantagem. A corrupção dos valores instituídos, tem tornado as referencias que pareciam manter o nosso mundo coeso, numa alucinação sem pés nem cabeça, transformando o mundo que conhecíamos, numa versão caótica da existência humana.
Tal como todas as estruturas e sistemas, as crenças e os conceitos parecem estar a sofrer profundas alterações na mente humana, a julgar pela transformação desconcertantes dos hábitos, das atitudes e dos comportamentos.
Estamos a assistir a uma convulsão sem precedentes dos alicerces da realidade experiencial. A rapidez com que nos estamos a ajustar a essa mudança é alucinante. A permeabilidade de novas possibilidades e perspetivas agudiza-se e cada vez mais assistimos à mudança de interesses que oscilam entre os dois extremos da polaridade humana.
Ora concordamos, ora discordamos. O balancé da dualidade tornou-se constante e passou a mostrar as suas duas faces no nosso dia-a-dia. A inconstância acompanha-nos, numa tentativa de se integrar no correr do tempo que devora os dias e as semanas.
Onde ficou a ideia que tínhamos de honestidade? Em quem confiar? Que chão podemos sentir debaixo dos pés? Tal como todos os outros princípios e boas práticas, a honestidade está a passar por uma “peneira” que separa a verdade da mentira, a sabedoria da ilusão…
O que é ser honesto, à luz da nova consciência? O que é a nova consciência?
A nova consciência representa uma nova fase no acordar do Génio Humano. Ao longo dos séculos fomos expandindo a visão interna da Vida, criando novas realidades exteriores que reflectem novas informações, melhor compreensão das leis da Vida, maior clareza mental e emocional. É como se a caixinha neurológica que nos permite pensar fosse expandindo e aumentando a sua capacidade da gerir mais e melhor informação, abrindo espaço para que novas realidades e percepções pudessem ser experimentadas pelo ser humano.
A dualidade e as suas “verdades” estão a dar os seus últimos passos antes de se dissolver no coração do Saber e do Ser. Nessa enxurrada de confusão e critérios que se tornaram obsoletos, os cacos que ainda sobram vão permanecendo moribundos na consciência de limitação do ser humano que ainda perdura.
O conceito de honestidade é um conceito moribundo que espera o momento da sua morte para renascer… tal Fénix que se reinventa e ganha novas asas e fôlego” de vida.
A honestidade está a entrar na consciência humana por uma porta diferente. Saíu pela porta do medo e entra pela porta da Sabedoria e do Amor.
Quem ainda não fez esta passagem e se continua a agarrar às bóias do medo e da incongruência, certamente chorará a partida deste valor que deixou de ter lugar no seu mundo preso a um passado que não mais existe.
Até aqui a honestidade era esperada por todos nós como algo que nos mantinha a salvo das nossas incongruências pessoais. Isto significa que, desde que nos mantivéssemos fiéis ao jogo social e cultural, podíamos considerar-nos honestos.
Era um distintivo apreciado por todos e ninguém se preocupava se essa honestidade era uma fachada ou uma verdade. O jogo social apenas se preocupava com o “fazer” das coisas. O que estava por detrás desse “fazer” não importava, era invisível, e não tinha importância.
Honesto era, pois, todo aquele que correspondia às expectativas dos outros. Cumprir a palavra dada, manter compromissos, proteger ou mascarar sentires e pensares, estava certo.
O mundo da aparência atingiu o seu apogeu há pouco tempo atrás. Dar sinais ao mundo da aparência pareciam dar-nos a chave da aprovação social, do reconhecimento dos demais. Conceitos ocos de conteúdo mas, certamente, carregados de interesse social e cultural.
Na nova consciência a face oculta da mentira, da ilusão e da aparência desapareceram.
Antes, porém, a humanidade irá passar por um túnel de depuração e de reaprendizagem que a levará a abrir mão do medo e a preparar-se para aceitar uma outra visão de si mesma e do mundo, onde a integridade e a harmonia falam mais alto.
Serão os outros desonestos? Que diferença há entre os honestos e os desonestos? Existirá alguém que possa ser honesto intrinsecamente e se depare com desonestos? Não.
A Vida é sábia e sabe que lições precisamos de aprender para acordarmos deste marasmo dualista. Ela conhece as mazelas do programa humano e sabe o que nos oferecer como uma “deixa” para nos libertar dessas correntes mentais. Os desonestos são catalisadores de possibilidades de libertação das muitas e muitas incongruências que habitam na nossa mente dualista. Cada desonesto nos fala da falta de congruência interior que vive em nós.
O tempo das aparências está a terminar. Tem pés de barros … e assistimos à derrocada das práticas que outrora mantinham a mentira nos altares da verdade, tapando a ilusão da farsa que o mundo entronizou. Agora, cada vez mais, ficamos sem chão, tentando que o jogo de pés de barro continue a funcionar … e não funciona! Gera-se o caos e o pânico! Tantos desonestos no mundo… exclamamos!
Na nova consciência, ser honesto é ser congruente na forma e no conteúdo.
Resumidamente podemos dizer que ser honesto é pensar, falar, sentir, agir e ser em perfeita harmonia e alinhamento.
Como assim? Os pensamentos e os sentimentos interessam? Não basta dizer e fazer as coisas “certas?” Claramente “NÃO”!
À medida que nos preparamos para passar pelo túnel da transformação pessoal, vamos encontrando pelo caminho muitos “catalisadores” que tentam mostrar-nos o quanto disfuncional é viver no medo e na limitação. É um verdadeiro convite à nossa passagem por esse túnel. Precisamos de entender a mensagem e aprender com a oportunidade que nos está a ser oferecida! Ou ficaremos parados no meio desse túnel, desorientados, perdidos e assustados com o “assédio” emocional a que vamos estar sujeitos… desgastando-nos até às últimas consequências se preciso for…
Vale a pena ser honesto, num mundo de mentira e farsa? Deixo que o leitor reflita sobre a resposta.
Vale a pensa pensar e sentir uma coisa e dizer e fazer outra? A quem queremos continuar a enganar?
A Vida não se deixa confundir. Está na hora de fazermos escolhas vitais para a continuação da espécie humana. Não nos restam alternativas, senão renascer ou morrer… Continuar a defender um mundo em decadência, moribundo de uma vida longa e já gasta, não nos promete o destino que é nosso por direito: A Paz e a Genialidade!
Nos períodos de crise a Vida traz-nos sinais redobrados para que não possamos perder as oportunidades. Põe à nossa frente, vezes sem conta, as mesmas situações para que consigamos entender os sinais… Pedimos ajuda a Deus … Ele responde, mas nós continuamos surdos e cegos …! Haverá esperança para quem não quer ver ou ouvir?
Abracemos o momento em que estamos a ser confrontados com a “derrocada” dos alicerces que mantiveram a Vida presa a limitações e medos que não mais fazem sentido para a nova consciência que desperta neste Planeta. Cada momento se torna surpreendente quando aprendemos a viver no Agora, sem o refúgio ao passado e às rotinas de percepção que se repetem constantemente.
Quando uma percepção de desonestidade se apresentar no nosso cérebro, olhemos para dentro e consciencializemos o quanto ela nos fala de incongruências interiores que existem em nós e dirigem a nossa vida, noutros contextos ou situações de vida.
Construiremos, em breve, uma Nova Terra brilhante de Alegria e Criatividade, onde um outro modelo de Vida florescerá honrando a genialidade de todos nós. Fluindo em alinhamento interior, a mente humana, descansará nos braços da Sabedoria natural e jamais irá encontrar os desajustes e as disfunções da mentalidade dualista. Cada um de nós contribui em larga escala para esta grande Revolução da Consciência. Cada incongruência desfeita libertará milhares de mentes da atrofia do medo e da ignorância… Cada momento de Verdade interior anula e desfaz o tormento de muitas mentes perturbadas pelo constante atrito de percepções e experiências de sofrimento e desconcerto.
Convido o leitor a fazer um apanhado de todas as incongruências interiores que identificar e a lembrar-se de que com cada ideia desfeita, novos espaços de Luz e Paz surgirão na matriz coletiva da humanidade. Está na hora de trocarmos o medo pela liberdade e de segurarmos na mão a Tocha da Verdade e da Renovação! Amamos o mundo quando lhe oferecemos a nossa Liberdade!
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